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Matéria-Prima - O que você deve saber.



De uns bons anos para cá, os painéis de madeira tem sido aplicados em todos os setores do mercado moveleiro (Decoração, Moveis Planejados, Moveis Convencionais, Etc.) e a madeira maciça vem sendo menos usada. Devido a versatilidade, facilidade de manuseio e sustentabilidade na fabricação dos painéis, digo com plena certeza que essa mudança é uma das melhores coisas que já aconteceram no setor. A natureza não é agredida e todas as partes da madeira usada na composição dos materiais são utilizadas, resultando em melhor aproveitamento. Logicamente, quando falamos em indústria, falamos em diversas opções de materiais, e essas diversas opções, baseadas em informações técnicas diversas, acabam gerando duvidas no consumidor final, e algumas vezes chegam até a ser distorcidas por profissionais com pouco treinamento, “Os clientes não conhecem as matérias-primas dos móveis e, muitas vezes, são levados a acreditar que um produto é melhor ou pior somente pela avaliação do preço” diz Raphael Rizzatto, empresário de Curitiba, PR.




Na publicação de hoje, explicarei sobre a Matéria-Prima utilizada nos Moveis Planejados, com direito a esclarecimento de duvidas diversas. Começando pelos materiais mais utilizados na fabricação do seu planejado:





MDP (Medium Density Particleboard - painel de partículas de média densidade)

Composição: as placas são feitas de partículas de madeira. As partículas maiores ficam no meio do painel, e as mais finas são colocadas nas superfícies externas, formando três camadas. São aglutinadas e compactadas com resina sintética por meio de pressão e calor. As partículas são menores do que as fibras de madeira que compõem o MDF e as lâminas do compensado. "O material é resultado de grandes investimentos no desenvolvimento desse produto", explica Graça Berneck Gnoatto, Empresária de Araucária, PR.

Aparência: é possível ver as camadas na lateral da chapa. "As partículas finas se acomodam nas faces, e as mais grossas, no miolo", indica Graça.

Tipos de revestimento: aceita pintura simples e laqueada, laminados e impressões.

Dimensões: a medida mais encontrada é 2,75 x 1,84 m. As espessuras vão de 9 a 28 mm.

Uso: portas, prateleiras, divisórias, tampos retos e laterais de móveis e gavetas.

Vantagens e desvantagens: por levar micropartículas na composição, não pode receber usinagens e entalhes profundos, porém levando em consideração os cortes retos que são utilizados nos moveis, não deixa a desejar em relação ao MDF. Dentre as vantagens, ressaltam-se a boa fixação das ferragens específicas, pois o MDP possui partículas grossas no miolo que as sustentam; a menor absorção de umidade se comparado ao MDF (sua densidade é superior a 900 kg/m³, contra 730 kg/m³ do MDF); a boa aderência da tinta na hora de pintar; e o preço mais em conta. Mas é preciso ficar atento: muitos vendedores afirmam que o MDP é exatamente o mesmo material que o aglomerado, o que não é verdade.




MDF (Medium Density Fiberboard - painel de fibras de média densidade)

Composição: fibras de madeira aglutinadas e compactadas com resina sintética por meio de pressão e calor. As fibras são pedaços maiores do que as partículas que compõem o MDP e o aglomerado.

Aparência: ao olhar para as laterais do material sem revestimento, percebe-se que ele é uniforme e liso, constituído de fibras que deixam a superfície com o mesmo aspecto das bordas.
Tipos de revestimento: comporta pintura simples e laqueada, laminados e impressões.

Dimensões: a medida mais encontrada é de chapas de 2,75 x 1,83 m. As espessuras vão de 3 a 30 mm.

Uso: "É bastante empregado em peças frontais e fundos de móveis, além de laterais e fundos de gavetas", aponta Rosane Dill Donati, da Abipa (Associação Brasileira da Indústria de Painéis de Madeira )

Vantagens e desvantagens: "No Brasil, a produção do MDF começou em 1997, para competir com o aglomerado, muito usado na época", conta o arquiteto Antonio Franco, de São Paulo. Dentre as qualidades, destacam-se a facilidade para executar trabalhos em baixo-relevo, entalhes e usinagens (processo que resulta em cortes bem acabados e dá diferentes formas ao móvel, utilizado no setor de moveis convencionais, decoração e artesanato); a espessura a partir de 3 mm, contra os 9 mm mínimos do MDP, por exemplo; a boa resistência na aplicação das ferragens; e a alta resistência a empenamentos.




HDF (High Density Fiberboard - painel de fibras de alta densidade)

Composição: são fibras de madeira que passam por processo semelhante ao do MDF - a diferença é a maior pressão aplicada durante a fabricação.

Aparência: as chapas são homogêneas e possuem superfície lisa, uniforme, de alta densidade e pequena espessura.

Tipos de revestimento: pode receber pinturas e vernizes, além de aceitar bem os laminados.

Dimensões: os painéis costumam medir 2,75 x 1,85 m, com as menores espessuras - de 2,5 a 6 mm.

Uso: funciona bem como lateral e fundo de móveis, gavetas e divisórias. O HDF também é utilizado em artesanato e na produção de brinquedos.

Vantagens e desvantagens: como o MDF, serve para trabalhos de usinagem e entalhes. "Por ser um material de alta densidade, suporta mais peso e pode vencer vãos maiores sem a necessidade de reforço", explica o arquiteto e designer paulista Paulo Alves, sócio da Marcenaria São Paulo. Logo, o HDF é mais caro. Ainda assim, quando não é necessária uma base tão segura, o MDF é uma alternativa melhor.



Porém, apenas saber o que é cada material não basta. abaixo veremos 
alguns questionamentos de clientes em geral no momento dos orçamentos:



As chapas de madeira industrializada vêm mesmo para substituir a madeira maciça?
"Com certeza. Os painéis são produzidos com madeiras de cultivo florestal sustentável, por isso são ecologicamente corretos", diz Rosane, da Abipa. E o produto tem espaço garantido no mercado. "As placas de madeira reconstituída já são responsáveis pelo maior volume de móveis fabricados no mundo", assegura Antonio Franco. A diferença do uso entre as maciças e os painéis industrializados está no aproveitamento da matéria-prima. A indústria consegue aproveitar completamente a madeira nas chapas, pois utiliza o material quebrado em fibras e partículas, enquanto peças de madeira maciça acabam desperdiçando parte do material.

No Brasil, quais são os painéis mais usados para armários e módulos?
Segundo dados da Abipa, as placas de MDF e MDP disputam a preferência dos fabricantes de móveis e dos consumidores. "Nas pequenas e médias marcenarias, os compensados ainda têm grande espaço. Isso porque, na verdade, muitas delas não possuem equipamentos adequados para trabalhar com o MDF e o MDP", justifica Antonio.

Qual é o melhor custo-benefício?
"Cada painel é adequado a um tipo de projeto", explica Graça, “É preciso analisar as necessidades. Se desejar portas com rebaixos, laqueados ou acabamentos diferenciados, vale pagar mais e optar pelo MDF. Caso contrário, o MDP atenderá as expectativas com gasto inferior", justifica.

As placas são resistentes à umidade?
Assim como a madeira maciça, os produtos fabricados com essa matéria-prima também são vulneráveis. "Mesmo os mais resistentes não podem ficar em contato com a água", alerta Graça.

Há painéis mais recomendados para determinadas áreas da casa?
Não, qualquer chapa pode ser usada em móveis para a casa toda, mas os fabricantes lembram que as placas só podem ser instaladas em ambientes livres de umidade excessiva e longe do contato direto com a água. Ao optar pelo melhor móvel para áreas molhadas, como banheiro e lavanderia, o que pesa é a escolha certa do acabamento. "As chapas devem ser protegidas por revestimentos melamínicos, esmaltes ou vernizes poliuretanos, para que não apresentem problemas", indica Rosane, da Abipa. O sol também é inimigo da madeira industrializada. "A constante exposição aos raios solares acarretará perda de tonalidade, além do risco de empenamento", avisa.

Os cupins gostam das placas industrializadas?
Por serem derivados de madeira, os painéis são vulneráveis ao ataque dos insetos. "No entanto, como recebe resinas sintéticas e é produzido com muito calor e pressão, o material sai da fábrica sem focos de cupim", explica Graça, da Berneck. Então, antes de adquirir um móvel novo, acabe com os focos da praga em casa.

Quais são os acabamentos mais comuns?
Os líderes de preferência são os laminados, a pintura simples, a pintura laqueada e as impressões. Todas as placas podem receber pintura comum ou spray com sucesso, porém somente o MDP, MDF e o HDF suportam bem os demais acabamentos.

Como limpar os móveis feitos dessas placas?
Os especialistas indicam um pano macio seco ou umedecido com água e sabão neutro. Para a remoção de manchas, é permitido aplicar uma solução de álcool e água em medidas iguais. E nem pense em usar produtos abrasivos ou clorados, que podem danificar as superfícies.



Ainda tem dúvidas quanto a Matéria-Prima? Deixe seu comentário, e então esclarecemos. Esperamos que tenham gostado, e continue acompanhando!

Fontes: Duratex, Casa Abril, Abipa